
O filósofo Karl Popper definiu o paradoxo da tolerância em 1945 no volume 1 do livro The Open Society and Its Enemies: “Menos conhecido é o paradoxo da tolerância: tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto destes.” Ele concluiu que estamos permitidos a recusar a tolerância à intolerância: “Nós devemos portanto declarar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante.” Em 1971, o filósofo John Rawls concluiu, em A Theory of Justice, que uma sociedade justa deve tolerar o intolerante, do contrário, a sociedade seria então si própria intolerante, e portanto injusta. Entretanto, Rawls também insiste, como Popper, que a sociedade tem um direito razoável de auto-preservação que supera o princípio da tolerância: “Ao passo que uma seita intolerante não possui pretexto para reclamar de intolerância, sua liberdade deve ser restringida somente quanto os tolerantes, sinceramente e com razão, acreditam que sua própria segurança, e daquelas instituições da liberdade, estão em perigo.” Em um trabalho de 1997, Michael Walzer indagou: “Devemos nós tolerar os intolerantes?”. Ele nota que a maioria dos grupos religiosos minoritários que são beneficiários da tolerância, são eles próprios intolerantes, ao menos em alguns aspectos. Em um regime tolerante, estas pessoas podem ter que aprender a tolerar, ou ao menos comportar-se “como se possuíssem esta virtude”. (Wikipedia)
Postagem feita no Instagram em 22 de setembro de 2018.