
Deixai-me falar de uma coisa amor,
da vida.
Podia até falar da flor
e suas rutilâncias.
Mas como não falar das pedras,
essas
que nos moldam
entre o sonho e a sonolência?
Deixai-me te acordar
com uma pedra,
por favor:
Incomodar no teu sapato,
arrancar o tampo do teu dedo.
Não vê como tudo isso é belo?
Enquanto a cantiga do mundo
soa para ninar,
as pedras do caminho
cantam tão somente
o despertar.
C.S.