
A árvore brota do teu ventre
assim como toda a criatura,
as que rastejam, as que nadam
e as que flutuam.
Eu me levantei do limo,
fiz a jornada.
E enquanto meus cabelos prateavam
entre as folhas secas do outono,
também me desmanchava
em tua relva escura.
Como cada cobra
que engole a cauda
e cada ave
que se desprende
do poente.
Fui voltando a ser semente
em minha própria sepultura.
Pra dormir serenamente
todo o inverno
e acordar com o seu chamado
para uma nova aventura.
C.S.