
Visto meu casaco
de folhagem
para perder-me em teu perfume.
Posso ser o lume
que acende o teu verso.
O canto no teu lábio
no voar do vagalume.
Rejo o movimento dos planetas
no universo.
E se posso ser o intento,
posso ser teu pensamento.
Um delírio
que te assombra
quando passa pela porta.
Sou a estrada torta,
a horta
o martelo que te esmaga.
Já rasguei teu nome
por extenso.
Devorei a tua identidade.
E se posso ser o vento,
posso ser também
silêncio.
C. S.