
Noite mais longa do ano. As trevas. O sol está em seu ápice de ocaso. O frio, o vento, a escuridão, solidão, pensamentos sombrios, recolhimento, introspecção, sonhos, reflexões, olhar para dentro.
Na celebração de Yule colocamos nossas promessas de frutos na árvore do Yule, as primícias, o que esperamos brotar adiante. Escolhemos uma tora, um pedaço de madeira em que acendemos uma vela que iluminará a noite toda, até o amanhecer.
Nessa noite mais longa, em que poderiamos questionar a esperança, sabemos que o dia seguinte o sol estará alguns segundos mais forte que no dia anterior, e assim por diante, cresce o dia até o verão, em sua plenitude.
Essa vela é nossa chama interior, a centelha do Deus que brota do ocaso, a força que nos mostra a capacidade de lidar com as sombras. Durante o ano todo nos lembraremos dessa vela que iluminou a noite mais longa, e que o sol sempre volta a brilhar. E que a noite tem seu poder e função.
Noa conectamos com nossos antepassados, agradecemos as causas de nossa existência, sem julgamentos, sem mágoas antigas, deixamos ir o que não serve, para o novo brotar.
Comemos os grãos guardados, e nutrimos o corpo com a colheita anterior, lembrando que para suportar a noite fria, é preciso trabalhar no dia quente.
A criança solar que começa a crescer de agora em diante, nutre nossa esperança, nossos melhores sentimentos para ver o frio da noite se dissipar aos poucos, aproveitar o descanso, e se preparar para o labor na primavera que, pontilhando, vai se desenhar logo mais.
Um excelente Yule!
⛄ Malone