
Todas as coisas especiais que fazemos para agradar, seja o Deus, a Deusa, ou os Deuses da crença que for, tais como: ler livros sagrados, prestar culto, comparecer a templos, fazer o bem, estudar liturgias ou textos, rituais, ofertas, trabalhos, etc. Todas essas práticas no fundo têm como único objetivo atender as nossas próprias necessidades pessoais.
Sim, no fundo é tudo para nós mesmos. Uma divindade que precisa, que carece ou que espera, perderia sua característica divina ao fazê-lo, pois a necessidade, carência e esperança são atributos humanos. Uma divindade que está acima e além disso unicamente proveu tudo para que vivêssemos bem nossa vida.
Se houvesse algo a ser feito que atingisse uma divindade de forma a retornar-lhe de algum modo a vida concedida, seria justamente viver muito bem e intensamente essa vida.
Ter a consciência de que ler livros, estudar, praticar ritos, liturgias, prestar culto, visitar templos, fazer o bem, trabalhos, tem como objetivo nós mesmos, e que desse modo estaremos vivendo bem e levemente a vida concedida, nos liberta de um peso desnecessário de ter que agradar, traz a leveza de podermos sim ter tais práticas para aquilo que de mais importante nos deram, nós, e que é assim que de alguma forma poderíamos atingir de modo positivo esse divino.
Se ame, se dê o que puder dar de melhor, faça o que gosta, sem peso, sem obrigação, sem prestações a serem quitadas. O seu eu agradece, e o seu D-eu-s, D-eu-sa, ou D-eu-ses, se estivessem adstritos à nossa imanência restrita ficariam verdadeiramente felizes.
Malone