
O meu corpo
é um cálice de chuva,
tomai nele as memórias.
Água insone
sonhos de nuvem
turva.
A mesma
que goteja as horas,
corre pelas várzeas,
e busca as ruas.
Lava
os escombros
da glória.
Agora no teu queixo escorro.
Pele, pêlo, roupa e pomar.
Transbordo os caminhos.
A minha sede
bebe os passarinhos
das alturas.
Toma-me em teu lábio,
meu corpo é um cálice.
Vê?
Só chuva.
C.S.