
Eu me engulo
no fruto maduro
dos dias.
E me desengulo,
borboleta incendiada.
Às quatro luas da jornada,
minguo e resplandeço:
Morro semente,
renasço árvore.
Eu me trituro,
eu me amasso.
Ardo ao fogo,
eu me descasco.
Na mesa,
pão sagrado.
No espaço,
pó dos astros.
Ontem animal despedaçado,
hoje o antes,
o todo.
Um deus.
(ou só o rastro)
C.S.