
Assim não bastasse da flor, seu extrato
soprar primavera na aurora dos dias.
Do hálito em pó, exalar poesia.
No olfato do ouvido: o perfume abstrato.
Assim não bastassem os rios e regatos;
Ouvir pelos olhos, campais melodias.
Silente aos contornos das tardes vazias:
visões coloridas sensíveis ao tato.
Nos lábios a rima e um ramo velado
moldado na língua e no céu do poeta.
Que colhe co`a boca, os botões mais fechados:
Devolve-os com versos e flores abertas.
Tal beijo germina teu sêmen guardado,
latente nas vidas ainda encobertas.
C.S.