
Vários estudiosos da psicologia se aprofundaram em estudar as formas como o ser humano, em suas relações, lidam com as conexões que fazem entre si de forma romântica, ou mesmo na infância, com seus cuidadores.
Alguns então classificaram essas formas de se relacionar em modalidades de apego: o apego evitante, apego ansioso, apego seguro, e outras variações conforme cada estudioso.
O modo como fomos cuidados acaba nos ensinando uma forma de nos relacionarmos com quem amamos. E ao aprender isso podemos levar esse aprendizado para a vida, de forma dogmática, pois o cérebro acaba, para poupar energia, agindo de forma automática, de modo a nos proteger.
Então se fomos ignorados na infância ou se tiveram uma forma de cuidar inconsistente, e aprendemos que ninguém irá nos cuidar quando pedirmos ajuda, pois a educação foi mais de “deixa chorar que esquece a birra”, aprende-se que ninguém é capaz de ter cuidado com o outro, e o que reproduzimos em relações pode ser mais no sentido de deixar de se importar tanto, não responder demandas, achar que o outro faz drama por pouco e que é melhor estar só.
Ou então quem teve cuidadores confusos, que impunham medo, o aprendizado é de que não merece ser amado, e que para isso pode-se aceitar abusos e maus-tratos, e acabam criando relações em que precisam muito de atenção, são desorganizados, e possuem uma necessidade grande de intimidade, a ponto de se tornarem dependentes.
Quem teve a sorte de ter cuidadores consistentes, sensíveis, que apoiavam as necessidades emocionais, as relações naturalmente são construídas com interdependência, ou seja, precisam de ajuda e contam com ela, estão dispostos a ajudar se for preciso, confiam com mais facilidade e são maduros em sua capacidade de intimidade.
A forma como criamos nossas crianças, como pais ou professores, cuidadores, irá auxiliar sobremaneira como serão as relações futuras deles. As nossas se estiverem precisando de apoio, a terapia é fundamental para encontrarmos essas respostas em nossa história, na história de nossos antepassados, e reescrevê-la.
Malone