
Há braço na poltrona
De quem senta pra ouvir
Estórias e cantigas
Perder-se no devir
Há braço de violão
Músicas que levam longe
Sem sair do mosteiro
Viajam o profano e o monge
Há braço de ferro
Disputa de força pura
Nem sempre ganha o mais forte
Nem o de cabeça dura
Há braço de rio e mar
Que serpenteiam ilhas
Trazem vigor e beleza
Às mães e suas filhas
Há braços dentro do abraço
Encontro de dois amores
São filhos e pais, netos
Dissipam assim as dores
Há braços cruzados
De quem resolveu parar
Até que dê o braço a torcer
A luta irá evitar
Há braços de verga e âncora
Marinheiros que o digam
No mastro fazem girar
Com força se fadigam
Há braço direito, comando
Puxam sacos, mequetrefes
São cordiais num dia
Quando podem se tornam chefes
Há braços de todo jeito
Amigos, amores, amantes
Traíras, violentos, de urso
Abrace sempre que puder, antes.
Há braço do tempo agora
Não perde tempo que tem
Abraço pra toda hora
Abraço que quero bem.
Malone