
Quantos mal-entendidos já passamos na vida! Eles ocorrem com grande frequência, infelizmente.
Já parou pra pensar que talvez a causa não esteja no que é dito, mas no que é ouvido?
E eu nem falo do ouvinte. O que chamo a atenção é para quem está comunicando, ao que fala. Esse precisa ouvir melhor antes de falar, talvez.
Se quem fala é mal compreendido, pode ter havido uma falha na leitura de seu ouvinte, antes mesmo que iniciasse a fala. Uma piada não entendida foi contada a quem não tem a base de dados para compreendê-la. Uma história que causou confusão e foi mal interpretada, não considerou a linguagem de quem a ouve.
Quando escrevo aqui e você que me lê não me entende, a falha pode ser mais minha em não lhe ouvir e considerar qual sua realidade para utilizar uma linguagem que o alcance, que penetre em seu mundo conhecido, que atinja as experiências que teve.
Não há como eu saber que iria ler, mas poderia prever uma forma que alcançasse o maior número de experiências havidas possíveis, e que traduzisse essas chaves.
O ponto que levanto para reflexão é: se gosta de ser compreendido, até onde está disposto a ir para ouvir seu ouvinte? O quanto sua escuta está apta a perceber as chaves de quem irá abrir seus códigos linguísticos para proporcionar-lhe cadeados e trancas que possam ser abertas?
A comunicação é essencialmente um abrir portas, um atravessar de mundos, realidades, transitar por universos complexos e distintos, possibilitando identificar semelhanças entre o nosso universo e o alheio. Conversar é uma viagem.
Malone
Música: O que nasci pra ser, Big Up