Piégé par l’amour

Me perdoe por prendê-la em uma armadilha

mas é isso mesmo que o amor faz

buscamos formas de sair da ilha

e quando menos esperamos, na teia, nosso corpo jaz.


Ó alma minha não me julgue

não faço por mal em lhe aprisionar

não quero que com lágrimas salgue

o tempero do caldo da vida, meu lar.


Busco o equilíbrio em toda a jornada

e quanto mais “penso”, mais titubeio

o pensamento balança muito a escada

a queda me espera, se bobeio.


Amar não é sentir, é querer

como também pensar demais não o é

quando decido cuidar, absorver

encontro a essência do amor, “il émanait”!


Somente quando saio da ilha

é que a vejo como está, como é

ao me encontrar na “andarilha”,

não me perco de mim, “jamais”!


Somos todos andantes no mundo

buscando nossas partes perdidas

se me encontro em meu fundo

é que sobes, ó alma querida.


Não, não vou poupar-te do amor

serás sempre assim prisioneira

enquanto me esvazio da dor

terás vida longa, ó cancioneira!


Do amor tentei já me livrar

confesso que prometi tal loucura

mas como viver sem lavrar

essa terra árida de tamanha doçura?


Sim querida alma, quando entrares

nessa gaiola de ouro, saberás

que as chaves da liberdade aos pares

terás para sempre, viverás!


Entenda que não existe o um, tudo é par

e para que um polo sobreviva

o outro precisa sintonizar

o amor conecta, uma prerrogativa.


Amo então sem culpa, sem perdão

sem gaiola, sem grades, sem medo

amo livre, feliz sou então

com você, ó minh’alma, ó rochedo.


Abra tuas asas voe longe

a gaiola era só ilusória

o amor não prende, “c’est mensonge”

ele nos livra do medo, rumo à glória.


Malone

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