Encontros

O amor não se compreende

Nem tente entendê-lo

Qualquer tentativa prende

E não se sai do próprio gelo.


Para se abrir ao amor

É preciso se expor

Por a cara no sol, o calor

E derreter ao seu sabor


São conexões impensadas

Planos que não se faz

É encontrar-se em si, a sacada

E não esperar, em paz


Quem procuramos nos busca

Uma eternidade toda, um caminho

Com a chama acesa chamusca

Iluminando o destino e o ninho


Tais encontros são únicos

Não há nada que se possa fazer

Tudo calha para ele, catatônicos.

Dizer sim ou não na hora, escolher


Há algo que grita dentro

Quando esse amor aparece

Ficamos confusos, sem centro

E toda dúvida fenece


Almas antigas que vagam

Histórias de fogueiras

Desencontros que tragam

A fumaça da história, a esteira


Quantas vidas forem preciso

Tais almas esperarão

Para se unirem no riso

Ou lágrimas, não em vão.


Viajantes do tempo somos

Vagando nas noites frias

Vagabundos nos dispomos

Variando sem avarias


Passo pelo funil do tempo

Atravesso a razão e as leis

Enquanto não achei contento

Amo, amarei, amei.


Malone

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